Terça a Sábado de 10:00h às 17:00h
Gratuita
1 hora
Não
Não oferece
Não oferece visitas guiadas
O Museu Bispo do Rosário é apenas uma das atrações da Colônia, aproveite sua visita e conheça um pouco mais desse histórico lugar.

O Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea está situado dentro do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira, complexo de saúde mental conhecido como “Colônia”, localizado na Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro. É responsável pela preservação, conservação e difusão da obra de Arthur Bispo do Rosário – um dos expoentes da arte contemporânea, de reconhecimento nacional e internacional.

Um dos maiores destaques neste museu é a visitação conjunta ao Centro Histórico Rodrigues Caldas, remanescente das terras de engenho do século XVII, e as dependências do Pavilhão 10 do Núcleo Ulisses Vianna, onde Bispo do Rosário viveu, ocupando um conjunto de celas que serviu como seu atelier.

Além do Museu localizado no endereço acima, existe um Polo Experimental de Convivência que possui atelier, pequenos espaços para exposições e uma escola de artes para os moradores e pacientes do Hospital Psiquiátrico. O Polo fica próximo ao Museu.

pontos positivos
  • A recepção de sinal para celulares é razoável
  • Acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção e cadeirantes (rampas de acesso)
  • Sistema de ar condicionado
  • Banheiros
  • Bebedouros
  • Bicicletário
  • A segurança no entorno do atrativo geralmente é boa por estar dentro da Colônia que também oferece boa segurança
  • A segurança no interior do atrativo geralmente é boa
  • Telefone público no local ou proximidades
  • Apesar das poucas opções o acesso com a utilização de transporte público (ônibus) é relativamente fácil

pontos negativos
  • Não possui agendamento de visitas
  • Não possui bicicletário
  • Próximo ao atrativo não existem ciclovias e/ou faixas compartilhadas, o que não impossibilita mas dificulta a visita para ciclistas
  • Não possui estações para aluguel de bikes nas proximidades
  • O atrativo não conta com um quiosque/lanchonete/restaurante no seu espaço interno
  • Não existem opções de quiosques, lanchonetes ou restaurantes no entorno do atrativo
  • Pode não ser um bom programa para crianças (não há opções para distraí-las)
  • Não oferece visitas guiadas/mediadas
  • Não oferece sinal de Internet sem fio (Wi-Fi)

restrições
  • Não é permitida a entrada de animais domésticos

o que fazer
  • Conhecer o Museu Bispo do Rosário e todo o complexo da colônia, com suas construções históricas que datam de 1664, época que o local ainda era o Engenho de Nossa Senhora dos Remédios

onde estacionar
  • Estacionamento gratuito no local

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como chegar
  • Veículos particulares
  • Táxis
  • UBER
  • Ônibus (linha regular - para mais informações consulte o site www.vadeonibus.com.br)

história e mais informações

História da colônia

Na planície de Jacarepaguá, compreendida entre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca, em 1664, foi construído o Engenho de Nossa Senhora dos Remédios que, no século XVIII, passou a ser denominado Engenho Novo de Jacarepaguá.

Desapropriadas, as terras deram lugar à colônia de psicopatas homens que, posteriormente, passou a ser chamada de colônia Juliano Moreira, em homenagem ao psiquiatra idealizador do projeto. A Instituição aproveitou parte da estrutura da fazenda existente.

Atualmente, estão concentradas no Núcleo Histórico Rodrigues Caldas as construções mais antigas da Colônia Juliano Moreira, reminiscências da época do engenho: a sede, a capela de Nossa Senhora dos Remédios e o sistema de aqueduto, tombados pelos órgãos públicos de patrimônio. O lugar é rota para os visitantes que queiram compreender a relação entre patrimônio, paisagem e história que permeiam o território da Colônia e delineiam os traços que configuram seu espaço até os dias de hoje.

 

História do museu

Quando ao museu, o primeiro registro de uma organização de natureza museal na Colônia remonta ao ano de 1952, quando é criado um departamento para abrigar a produção artística dos ateliês de arteterapia, então, existentes. O recém-criado setor recebeu o nome de Egaz Muniz, homenageando o médico português criador da lobotomia, cirurgia irreversível de secção no lobo frontal cerebral que “acalmava” pacientes agressivos, deixando-os em estado semivegetativo.

No final dos anos 80, com os avanços da reforma psiquiátrica, o museu passa a se chamar Nise da Silveira, psiquiatra que introduziu um novo olhar para o cuidado dos doentes mentais reformulando a maneira de compreender a loucura dando voz ao universo interior dos pacientes.

Com a morte de Arthur Bispo do Rosário em 1989, a Colônia Juliano Moreira se vê diante do desafio de decidir o destino das obras produzidas por ele durante os 49 anos que esteve internado intermitentemente. O conjunto da sua criação foi abrigado pelo então Museu Nise da Silveira. Frente à nova missão, em 2000, 11 anos após o falecimento de Bispo, a instituição altera o seu nome para Museu Bispo do Rosário, agora, homenageando o principal artista de seu acervo.

Em 2002, com as questões da reforma psiquiátrica já consolidadas, o então Museu Bispo do Rosário agrega “Arte Contemporânea” à sua denominação, voltando-se para os debates em torno da arte atual, criando assim um diálogo entre os mundos da arte e da loucura.

A trajetória de alterações do nome da instituição acompanha as perspectivas do avanço no cuidado em saúde mental. Se, na sua origem, há um privilégio em homenagear o médico que inventou o método de silenciar os pacientes, num segundo momento, passa a homenagear a psiquiatra que percebeu que, por trás da loucura havia um conteúdo a ser revelado, para, finalmente, dar voz ao artista louco que em sua missão ressignifica o próprio mundo.

Hoje, o Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea toma para si o desafio de se relacionar com seu entorno e se apresentar como um dispositivo cultural potente para a Zona Oeste e para a integração da cidade. A partir do trabalho de Bispo e de seu contexto de criação, a instituição promove o debate para as questões referentes à saúde mental e à arte contemporânea.

Desde 2013, o mBrac ampliou o seu espectro de atuação social na Colônia, incorporando a memória como diretriz fundamental no desenvolvimento de seus projetos e atividades e, com isso, iniciou a construção de mecanismos de preservação dos temas que tocam a memória do local e o próprio museu; e que desdobram-se, por sua vez, na história da cidade, das práticas da psiquiatria, da arte e da loucura e suas relações.

 

História de Bispo do Rosário

Nascido em Japaratuba, Sergipe, em 1909, Arthur, filho de carpinteiro, tem sobrenome de batismo “Bispo” – cargo eclesiástico – e “Rosário” – padroeira dos negros. Um paradoxo que amalgama a hierarquia e a complacência da Igreja Católica presente na sua vida e obra.

Na Marinha, Bispo conhece o boxe e logo se torna campeão dos pesos-leves. Seu envolvimento com o esporte causa muitos atritos e acaba por levá-lo a solicitar seu desligamento. Passa a trabalhar na empresa Light and Power como vulcanizador no setor de transportes e, paralelamente, investe na sua carreira como pugilista. Sofre um acidente em 1936, quando seu pé é esmagado pela roda de um bonde, o que o deixa manco e o faz abandonar o boxe. Apesar de poucas vitórias na sua carreira de pugilista, Bispo foi muito admirado pelos amantes do esporte por sua resistência no enfrentamento dos adversários.

Por conta do processo que moveu contra a Light, Bispo conhece Humberto Leone, advogado na sua causa trabalhista. Passa, então, a residir na casa do advogado, em Botafogo, e torna-se um “faz-tudo” da família.

É no casarão dos Leone, na rua São Clemente, que Bispo tem a revelação que modifica sua vida. Na noite do dia 22 de dezembro de 1938, ele se vê descendo do céu, acompanhado por sete anjos que o deixam na “casa nos fundos murados de Botafogo”, segundo o bordado que relata o acontecimento em um dos seus estandartes. Bispo sai, madrugada adentro, pela rua deserta até chegar ao Mosteiro de São Bento, no Centro do Rio. Lá, se apresenta aos frades como “aquele que veio julgar os vivos e os mortos”. Encaminham-no, então, para o hospício da Praia Vermelha, de onde é transferido para a Colônia Juliano Moreira.

Esse processo de aceitação do delírio que lhe sucedia foi conflituoso para Bispo: fugiu algumas vezes das internações e, em outras vezes, ao receber alta, tenta se readaptar no mundo. Apaziguado consigo mesmo, em 1964, permanece definitivamente na Colônia. É neste ano que Bispo vai preso por três meses, em uma das celas do Pavilhão 10 do Núcleo Ulisses Vianna, por ter errado a dose no uso da força ao conter um paciente – um pedido constante dos funcionários. Ao sair do confinamento, relata que “ouviu vozes que lhe diziam que chegara a hora de representar todas as coisas existentes na Terra para a apresentação no dia do juízo final”.

Decide, por sua conta, trancar-se por sete anos numa das celas para, com agulha e linha, bordar a escrita de seus estandartes e fragmentos de tecido. As linhas azuis, desfiava dos velhos uniformes dos internos, e objetos tais como canecas, pedaços de madeiras, arame, vassoura, papelão, fios de varal, garrafas e materiais diversos, obtinha em refugos na Colônia.

Após 18 anos da revelação de sua missão, Bispo desperta o interesse da mídia e de críticos de arte, o que leva, em 1982, a expor pela primeira vez seus quinze estandartes na mostra “Margem da Vida”, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Após o sucesso da sua participação, recebe vários convites para novas mostras. No entanto, a coletiva foi a única exposição que ele integrou em vida. Bispo não aceitava se separar de sua obra e não se considerava artista. Para ele, tudo era fruto de uma missão que um dia seria revelada no dia do juízo final.

Arthur Bispo do Rosário, que carregava todos os estigmas de marginalização social ainda vigentes em nossa sociedade – negro, pobre, louco, asilado em um manicômio – consegue, na sua genialidade, subverter a lógica excludente propondo, a partir da sua obra, a ressignificação do universo, para ser reunido e apresentado no dia do juízo final. Sua missão chegou ao fim aos 80 anos, no dia 5 julho de 1989, dia da sua morte.

“É aqui no hospício que eu vou me apresentar, que eu devo ser apresentado a humanidade. Por seus diretores até aqui, frades cardeais, ninguém conseguiu ver Cristo, mas agora vão encontrá-lo porque eu vou me apresentar. Vou me transformar a fim de me apresentar a Ele que é meu vigário, mais nada” – Arthur Bispo do Rosário in “O prisioneiro da passagem” de Hugo Denizart.

Fonte: www.museubispodorosario.com

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