Esta feira é um dos clássicos cariocas que se repete todos os domingos desde 1968. Considerada uma das maiores galeria de artes e artesanato a céu aberto do mundo, a feira atrai amantes da arte de todos os lugares em busca de trabalhos criativos e inovadores.
Mario Peixoto, em seu livro "Villa Ipanema", conta uma versão, no mínimo inusitada, do surgimento da feira, confira mais abaixo em "histórias e mais informações".
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(Feirarte)
A Feira de Arte da Praça General Osório, também nasceu em uma mesa do Bar Jangadeiro, na Visconde de Pirajá, no ano de 1969 o certo é 1968.
Numa manhã de sábado, os artistas plásticos Roberto de Sousa, José Carlos Nogueira da Gama, Holmes Neves, Guima e Hugo Bidet estavam sentados no Jangadeiro, sem um tostão nos bolsos e doidos para tomar chope.
Naquela ocasião estava terminando a Feira do Livro, na Praça General Osório, e o Hugo lançou a ideia: “se pendurássemos uns quadros naquelas barracas em frente ao bar, talvez vendêssemos um e o produto da venda poderia ser revertido em chope...”
Ninguém teve coragem para aderir à ideia. Hugo, que morava próximo ao bar, na rua Jangadeiros, foi em casa, rapidinho, apanhou cinco desenhos eróticos de sua autoria, pendurou-os na barraca em frente ao bar e todos ficaram aguardando os acontecimentos.
Começou a parar gente para olhar os desenhos e quando Hugo percebia interesse maior de alguém, atravessava a rua para atender o provável comprador. Eis que de repente, alguém gostou de um dos trabalhos e o comprou. Nascia, assim, a Feirarte.
Hugo, sedento, atravessou a rua dando pulos de alegria e foi entrando no Jangadeiro, aos berros: “Cabeça (garçom) chope pra todos da minha mesa.” E foi um porre só!
No sábado seguinte, os cinco participantes da mesa do Bar Jangadeiro expuseram seus trabalhos na praça e, na terceira semana, a eles juntaram-se mais 20 expositores. A intenção inicial dos fundadores da Feirarte era de que só participassem pintores e desenhistas e muitos artesãos foram enxotados da praça à porrada.
No primeiro dia, os quadros foram pregados nas barraquinhas da Feira do Livro, depois foram utilizados barbantes para pendurar os desenhos e colocados pregos nas árvores para afixar os quadros.
A Feirarte nasceu porque o Hugo Bidet queria tornar chope e estava duro, mas, depois, quem a organizou foi o José Carlos Nogueira da Gama.
Vieram os hippies com seus artesanatos e se instalaram na praça. Enquanto não aparecia alguém interessado pelos seus trabalhos, eles transavam, abertamente, às margens do laguinho. Então, um dia, a polícia chegou, com helicóptero, metralhadora e tudo o que tinha direito, levando todo mundo em cana, Os que transavam e os que ficavam espiando também. O motivo alegado para a invasão era a falta de licença, não para transar, naturalmente, mas para que os artistas expusessem seus trabalhos em praça pública.
José Carlos Nogueira da Gama e sua amiga Edna começaram a movimentar-se para a legalização da Feirarte e muita gente foi envolvida para ajudar. Depois de muita luta, tudo ficou resolvido, e a abominável licença foi concedida. E os hippies cantaram e transaram para comemorar.
Extraído do livro Villa Ipanema de Mario Peixoto, que apresenta uma versão dos fatos do ponto de vista de um pequeno grupo de artistas plásticos da época, que eram um pouco mais discriminatórios do que a época pedia. (fonte: http://feirahippieipanema.blogspot.com.br/)